O iguaçuense precisa de asfalto; o turista, de acesso

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O morador de Foz do Iguaçu quer ruas transitáveis, segurança e serviços básicos funcionando. Já o turista — principal motor da nossa economia — precisa de infraestrutura que o leve com conforto e rapidez aos atrativos; precisa de mobilidade favorável.

Trecho de via com asfalto danificado em Foz do Iguaçu, próximo a ponto de ônibus — foto: Marcos Labanca

Durante mais de três décadas, o trade turístico de Foz do Iguaçu repetiu o mesmo discurso: “precisamos de obras estruturantes”. E a lista era sempre a mesma — duplicação da Rodovia das Cataratas, Perimetral Leste, segunda ponte Brasil-Paraguai, modernização das aduanas, revitalização urbana, novo Centro de Convenções, um centro cívico moderno, e até um equipamento cultural de peso internacional. Promessas que se acumulavam gestão após gestão, enquanto o turismo crescia à base da força do setor privado.

Hoje, o cenário começa a mudar. Ainda que a cidade enfrente problemas visíveis — buracos nas ruas, carência de leitos hospitalares e uma relação desgastada entre a administração e setores como a Educação — é inegável que as grandes obras estruturantes finalmente saíram do papel. E isso faz toda a diferença.

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Quando a duplicação da BR-469 estiver concluída, o caminho entre o aeroporto, os hotéis e o Parque Nacional das Cataratas deixará de ser um gargalo. Isso significa mais fluidez, menos acidentes e melhor experiência de chegada — o primeiro cartão de visita da cidade.

A Perimetral Leste, por sua vez, vai redirecionar o tráfego pesado de caminhões e ônibus que hoje estrangula o perímetro urbano. Essa via, conectada à segunda ponte Brasil–Paraguai, cria um novo eixo logístico e turístico, integrando fronteiras e impulsionando o comércio, as cargas e o turismo de compras — tudo com menos impacto no trânsito da cidade.

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O que é local também é global

As novas aduanas — Brasil–Paraguai e Brasil–Argentina — são um divisor de águas para a logística e o turismo. Elas não apenas modernizam o controle fronteiriço, mas reduzem filas históricas e tornam o fluxo binacional mais ágil e seguro. É uma obra que corrige uma deficiência que Foz enfrenta há décadas, desde que se tornou o principal destino de turismo internacional do Brasil.

Já a venda das ações do Centro de Convenções para o Governo do Estado representa uma reconfiguração estratégica: o recurso obtido será investido no novo Centro Cívico Administrativo, uma sede moderna que centraliza serviços públicos e desonera o município de dezenas de aluguéis. É gestão de longo prazo — menos custo fixo, mais investimento em infraestrutura.

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O turismo cultural como novo vetor

A vinda do Museu Internacional de Arte – Centre Pompidou Paraná para Foz do Iguaçu marca um novo momento. A cidade das Cataratas e das fronteiras passa a ser também um polo cultural global. O investimento de cerca de R$ 200 milhões trará empregos, inovação e visibilidade internacional. A arquitetura do museu, projetada por Solano Benítez e Angelo Bucci, simboliza uma cidade que olha para o futuro.

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Uma orla que faltava ao cartão-postal

O projeto Beira Foz, embora ainda em fase conceitual, é a peça que falta para humanizar a cidade, integrando lazer urbano e natureza. A ideia é simples, mas transformadora: devolver o rio à população, criar espaços de convivência e dar motivos para o turista permanecer mais tempo — e gastar mais — em Foz.

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De promessas a realizações

O que o trade turístico pedia há 30 anos agora ganha forma. As obras estruturantes, que sempre estiveram na pauta das entidades empresariais, estão sendo executadas de maneira coordenada, com apoio do Governo do Estado, Itaipu Binacional e recursos federais.

Se o cidadão sente o desconforto do momento — os buracos, o trânsito, os transtornos das obras — é porque a cidade está sendo preparada para outro patamar. São obras que mudam o presente, mas principalmente o futuro: ampliam a arrecadação, geram emprego, fortalecem o PIB e colocam Foz do Iguaçu definitivamente no eixo internacional.

Marcio Queiroz Vítor

Iguaçuense, jornalista há 20 anos, Gestor de Eventos e Marketing há 25 anos, MBA em Comunicação e Marketing e PhD sobre Foz do Iguaçu